sábado, 29 de abril de 2017

Beato Ivan Merz, Leigo. Apóstolo Católico entre os jovens na Croácia

Rara foto do Beato Ivan Merz.
Nasceu em Banja Luka, em 16 de dezembro de 1896, na Bósnia ocupada pelo império Austro-Húngaro, em uma família liberal. Foi batizado em 02 de fevereiro de 1897. No ambiente multiétnico e multi-religioso de sua cidade natal, realizou seus estudos de nível primário e secundário, que terminou quando em Sarajevo era assassinado o príncipe herdeiro Francisco Fernando (28 de junho de 1914).

Por vontade de seus pais e não sua, entro na Academia Militar de Wiener Noustadt, que abandonou depois de três meses, molestado pela corrupção do ambiente. Em 1915, iniciou os estudos na Universidade de Viena, aspirando a ser professor, para pode dedicar-se à instrução e educação dos jovens na Bósnia, seguindo o exemplo de seu professor Ljubomir Marakovic, por quem sentia uma profunda gratidão por haver-lhe ajudado a descobrir as riquezas do catolicismo.

Em março de 1916 teve que alistar-se no exército. Foi enviado ao “front” italiano, onde passou a maior parte dos anos de 1917 e 1918. Ao terminar a I Guerra Mundial, encontrava-se em Banja Luka, ode vivenciou a mudança política e o nascimento do novo Estado Iugoslavo. A experiência da guerra fê-lo amadurecer espiritualmente, pois, impressionado pelos horrores dos quais foi testemunha, colocando-se nas mãos de Deus, propôs-se tender com todas as suas forças à perfeição cristã.

É possível seguir seu desenvolvimento espiritual graças a seu diário íntimo, que começou a escrever durante seus estudos secundários e prosseguiu no exército, no “front”, e durante os estudos universitários. Nele se aprecia que sua santidade não foi fácil, que teve que lutar muito por seu ideal.
Atormentava-o o problema do amor e, logo, o da dor e da morte, que resolvia à luz da fé.


“Não tenho a Santa Eucaristia – escreve em 09 de setembro de 1917 –. Vivo aqui como um pagão ou uma fera, como se o ‘Agnus’ (Cordeiro) não fosse já o centro do cosmos, como se não existisse nada. Deus Consolador, vem compenetrar minha natureza com ‘átomos de eternidade’, para que, mais semelhante a Ti, compreenda o curso de minha existência”.

Em 05 de fevereiro de 1918, estando na frente de batalha, escreveu em seu diário: “Nunca esquecer-se de Deus. Desejar sempre unir-se a Ele. Todos os dias, de preferência ao amanhecer, dedicar-se à meditação, à oração, se possível próximo da Eucaristia ou durante a Santa Missa. Nesses momentos, se hão de fazer os projetos para a jornada que começa, se examinam seus próprios defeitos e se pede a graça para superar todas as debilidades. Seria terrível que esta guerra não produzisse em mim nenhum efeito positivo... Devo começar uma vida regenerada com o espírito do novo conhecimento do catolicismo. Confio somente na ajuda do Senhor, porque o homem não pode fazer nada por si mesmo”.

Depois da I Guerra Mundial, prosseguiu seus estudos de filosofia em Viena (1919-1920). Logo se mudou para Paris, onde estudou na Sorbonne e no Instituto Católico (1920-1922). Com sua tese sobre “a influência da liturgia nos escritores franceses desde Chateaubriand até nossos dias”, obteve o doutorado em filosofia na universidade de Zagreb (1923). Durante o resto de sua breve vida, foi professor de língua e literatura francesa e alemã no Instituto Arquiepiscopal de Zagreb, realizando com entrega exemplar seus deveres de estado.

Colaborou como apóstolo dos jovens, primeiro na Liga dos Jovens Católicos Croatas e, logo depois, na Liga Croata das Águias, que impulsionou e com a qual inaugurou na Croácia a Ação Católica promovida pelo Papa Pio XI. Segundo ele, a organização devia contribuir antes de tudo a formar uma elite de apóstolos da santidade.

Em seu trabalho não lhe faltaram incompreensões e dificuldades de diversos tipos, que afrontava com uma serenidade admirável, fruto de sua contínua união com Deus na oração. Na opinião daqueles que o conheceram bem, “com sua mente e seu coração mantinha imerso no sobrenatural”.

Convencido de que o meio mais eficaz para a salvação das almas é o sofrimento oferecido ao Senhor, oferecia suas penas físicas e morais para obter a benção para suas atividades apostólicas e, já próximo de sua morte, ofereceu também sua jovem vida por suas “águias”. Morreu em Zagreb, no dia 10 de março de 1928, aos 32 anos de idade, com fama de santidade.

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